19 junho 2007

Carta n.º 7



Lisboa, 2 de Janeiro de 2006


Ex.mos Srs,


Venho por este meio rescindir o contrato com esta empresa no dia 4 de Setembro de 2000. Não irei dar os 60 dias de aviso prévio, mas também não me vou embora amanhã.

Vou embora ainda hoje, porque este ar que aqui se respira faz-me mal aos pulmões, as diversas paisagens que os meus olhos tiveram de observar ao longo dos anos, agravaram-me a miopia, o consecutivo respirar ansioso e expectante, causou-me problemas de estômago, as diversas caixas pesadas com material de formação que andei a carregar nestes 5 anos, tornaram ainda mais insinuosa a minha escoliose.

Como devem compreender, estou um caco. A nível psicológico, só não dei em maluquinha, porque fora da F.P. de M. tenho uma rede social e familiar que me amparou as quedas no poço da depressão.

Levo os postais que os meus colegas mais chegados me foram oferecendo ao longo destes anos; de resto a minha mesa esperará que alguém a arrume, porque eu não ter tempo.

Esperarei apenas pelo cheque das contas finais e baterei a porta, não olhando para trás.


Sem outro assunto,


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